domingo, 5 de setembro de 2010

A MODA EM VOGA.



A novela “Ti-Ti-Ti”, remake de um grande sucesso global dos anos 80, atualmente escrita por Maria Adelaide Amaral e dirigida por Jorge Fernando trouxe novamente ao horário das sete um programa leve e de uma comicidade cativante para os aficionados em novelas.
Não fosse o seu aspecto comercial, característica primeira de toda produção novelística, verificado pelos altos índices de audiências, sobretudo das donas de casa e dos outros telespectadores que procuram um programa light para um começo de noite tranqüilo e pelos comerciais de produtos destinados à classe pobre e média baixa, tais como cremes revolucionários, lojas de móveis e eletrodomésticos parcelados em prazos a perder de vista até automóveis populares, a novela configuraria uma visível fonte para complexas discussões sobre o comportamento do homem e mulher pós-modernos.
Conceitos de comportamento que na maioria das vezes passam despercebidos pela audiência hipnotizada pelo riso fácil e pelas situações hilárias proporcionadas pelo enredo da novela.
Nas palavras de Pedrinho Guareschi, citadas no artigo “Aspectos contemporâneos da Educação: televisão, uma interação possível” [1], a vasta quantidade de informação da “era da informação” recebida pelas crianças (e pelos indivíduos em geral) não é filtrada, processada e tão pouco usada devido à falta de associação dessas informações com o processo de ensino e aprendizagem.
No tempo das informações fáceis e rápidas percebidas nas diversas ferramentas modernas de comunicação virtuais e de entretenimentos, como que numa cegueira e surdez intelectuais não enxergamos informações situadas entre os nossos sentidos e a tela da TV, e a Educação peca em não usá-las como material de fomentação de discussões em sala de aula.
No caso da atual novela das sete são vários os conceitos passíveis de estudos didático-pedagógicos: modismo, consumismo, capitalismo, homoerotismo, ética nas relações humanas, tecnologias contemporâneas, tempo, arte, metalinguagem, ficção e realidade e o próprio conceito novela como transmissora, construtora e influenciadora de comportamentos.
É evidente que o discurso defendido pela produção da novela está inserido no discurso comercial e comunicativo da emissora que a produz e a divulga, cabendo a nós telespectadores, de forma crítica e distanciada, identificar as mensagens vinculadas no programa, acatando-as ou negando-as conscientemente.


[1] NUNES, Roseli Pereira; OLIVEIRA, Cláudia Santos de; FELIZOLA, Matheus Pereira Matos; SOARES, Maria José Nascimento. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE. Revista Iniciacom, Volume 2, nº 1 (2010).

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