domingo, 23 de agosto de 2009

Resumo de capítulo do livro Cibercultura, de Pierre Lévy.


O capítulo “As tecnologias têm um impacto” do livro Cibercultura de Pierre Lévy desvenda alguns conceitos que cerca a relação técnica/cultura e sociedade. O autor inicia o texto esclarecendo que a idéia de que a tecnologia é um elemento à parte (autônomo) da sociedade é errada; segundo ele “as técnicas são imaginadas, fabricadas e reinterpretadas durante seu uso pelos homens, como também é o próprio uso intensivo de ferramentas que constitui a humanidade enquanto tal (junto com a linguagem e as instituições sociais complexas)”, portanto, defende a impossibilidade da separação entre o ser humano (social e cultural) do ambiente material (tecnológico). Lévy escreve ainda que a grande ênfase dada aos impactos das tecnologias no meio social deveria ser dada também à questão de que elas são produtos do próprio homem, e que a distinção entre os elementos cultura, sociedade e técnica não possui respaldo em um ator separado e distinto, sendo para o autor meramente conceitual, e impulsionados por tendências intelectuais ou por forças que nos querem fazer pensar que certos problemas podem ser refletivos considerando apenas um destes elementos, desconsiderando as verdadeiras relações entre eles. Continua dizendo que os produtos da técnica são bastante variados, sendo assim não podem ser analisados de forma geral sem considerar as especificadas das épocas e situações na qual participa, e que por traz do desenvolvimento da cibertecnologia estão Estados, grandes corporações e blocos geopolíticos com interesses militares, de domínio e de expansão mercadológica. Em relação ao assunto da tecnologia ser determinante ou condicionante de uma sociedade, o autor escreve que as técnicas condicionam os meios culturais e sociais, no entanto, as aplicações positivas ou negativas das técnicas dependem de “um conjunto infinitamente complexo e parcialmente indeterminado de processos em interação que se auto-sustentam ou se inibem”, sendo ainda impensáveis algumas possibilidades humanas na ausência da tecnologia. Outro ponto importante colocado do texto refere-se à inteligência coletiva, tida por Lévy como “um dos principais motores da cibercultura”, representando um veneno para aqueles que não participam dela e um remédio para aqueles que conseguem entrar nela e controlar o fluxo de informações e conhecimentos que ela proporciona. Sintetizando, pode-se dizer que os impactos sociais e culturais advindos da tecnologia dependem mais das aplicações que o homem pode fazer dela do que da sua existência propriamente dita, e que as implicações que causam na sociedade não pode ser pensadas isoladamente sem a relação com os outros fatores sócio-culturais.

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